terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

"Eu descobri que preciso ir, porque você depositou todos os seus medos em mim e eu não consigo carregar sozinha. Se eu quiser ir lá na esquina, você vai me segurar e eu não quero mais cordas.
Eu preciso aprender a lidar com os meus medos e você com os seus. Não posso viver pisando devagar por causa das suas inseguranças, quando o que eu quero é correr.

Vou na esquina descobrir novas cores e brilhar os meus olhos. Quero sentir mais coisas bonitas porque quando a gente fica parado a gente sente muito pouco. Todo mundo precisa andar para sentir as coisas diferentes. Ás vezes nem andar adianta porque em alguns momentos é necessário arriscar, sair, ou agir, para simplesmente sentir algo.

E o sair, e até mesmo o sentir, é tão difícil, sabe? Abrir a porta é destruir todos os muros que a gente cria para se proteger.

Estou abrindo a minha porta e volto daqui a pouco pra você saber que eu volto pra casa. Abra a sua porta e me veja saindo e voltando pra tentar acabar com os seus muros.

Eu sempre volto, e sempre vou voltar.
Estou indo ali só pra você saber disso, e ter certeza, sabe?

Até logo."



domingo, 14 de fevereiro de 2010

Não faço parte das estatísticas. Estou sempre um pouco fora do que se conta por aí. Também, nunca quis essa vida embalada para presente, preferi a versão da verdade, a mais palatável, a que só se conhece vivendo, se expondo, e sentindo.


E não me venham com soluções sob medida, não acredito nessas matemáticas. Pra mim a vida é curvilínea, plural, interminável.
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Geniosa. Intensa. Clara. Nunca escondi meus sonhos, nem os mais atrevidos, porque sou dona de uma ousadia que me põe em pé toda manhã, desde menina.
Choro e recomeço, sempre que preciso. Ainda acredito na redenção pelas lágrimas, porque gente para mim só é de verdade se sabe verter.
Gosto dos que não recuam, dos que se emocionam, dos que tem vocação para viver com a alma inteira.
Sou forte. Mas sei ser toda abrigo, sei cuidar, amar e ouvir.
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Crescer, para mim, é ir me despindo,
e hoje minha nudez são as palavras.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

"De uns dias pra cá, os ponteiros mal anunciam o meio-dia, e eu já me apaixonei trinta e três vezes. Algo muito natural, tendo em vista o óbvio: te querer bem é fácil. Um deslize. É macio. E não duvido que o céu, ao me ver tão vermelha, fique todo encabulado e resolva amar também. Eu percebo. Enquanto olho pela janela, com aquele pirulito de coração na boca, eu percebo. Percebo ainda quando as borboletas enfileiradas vêm morar em meu estômago e eu, distraidamente, começo a gostar."
Jaya M.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010


Menina-moça, tentaram me fazer acreditar que o amor não existe e que sonhos estão fora de moda. Cavaram um buraco bem fundo e tentaram enterrar todos os meus desejos, um a um, como fizeram com os deles. Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes. Porque aprendi com a Dona Chica, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola. E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, tentar acertar os passos. Sem me preocupar se a próxima etapa será o tombo ou o voo. Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parado. Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim. O destino da felicidade, me foi traçado no berço. Disse um certo pai Ogum.
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Ela desatinou
Composição: Chico Buarque

Ela desatinou, viu chegar quarta-feira
Acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando
E ela inda está sambando
Ela desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias
Os dias sem sol raiando e ela inda está sambando
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PS: E porque hoje é dia dela, eu vou orar: 'Salve Rainha do Mar, minha mãe Janaína, canto a Iemanjá. Adolê, Odoyá minha mãe! Banha meu corpo, limpa minha alma, renova meu espírito, me abriga em teu íntimo, Mãe d'agua Odoyá!